Poesia e Artesanato
Anelê Volpe 2020
Faço poesia como faço artesanato
Com mais dedicação que habilidade
Tendo a perfeição como modelo, jamais alcançada
Se a criatividade é limitada, inspiro-me nos mestres
Criação requer tempo e suor
O resultado é obra delicada, imperfeita, única
Penso no leitor como em quem presenteio
Desconheço seus gostos e preferências
Empresto-lhe os meus e tento me aprazer
Se erro, desmancho, mas não desisto
Reformo, reescrevo, modifico
Só termino quando me satisfaço
Brinco com palavras e com suas cores
Podem ser fortes, frias ou neutras
Imprescindível é se combinarem
Minha aquarela de palavras é infinita
Minha pena é guiada pela alma
Minha poesia tem o valor do meu ser
O poeta, como o artesão, cria obras únicas
Tem a sensibilidade como matéria prima
Vive inventando, artesanando, poetizando